PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO
Não existe evidência científica que permita afirmar que o cancro da próstata possa ser prevenido. No entanto, a adoção de um estilo de vida saudável, como optar por uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico regularmente, ter um consumo moderado de álcool e deixar de fumar, pode ter algum impacto na história natural da doença.
Contudo, existem fatores de risco que não são passíveis de ser alterados como o envelhecimento, o histórico familiar (com mais casos da doença) e a etnia.
Quais são as causas do cancro da próstata?
As causas não são conhecidas, mas foram identificados vários fatores de risco para o desenvolvimento do cancro da próstata, que incluem:
Histórico familiar de cancro da próstata
Trata-se do fator mais relevante para o aparecimento de cancro da próstata. Quanto maior o número de familiares com cancro da próstata (maior a proximidade dos mesmos e menor a idade na altura do diagnóstico), maior o risco de desenvolver cancro da próstata. Casos de cancro da mama na família também aumentam o risco.
Idade avançada
O cancro da próstata torna-se mais frequente com a idade. No entanto, quanto maior a idade na altura do diagnóstico, menor a probabilidade de se tratar de um cancro agressivo.
Raça
O cancro da próstata é mais comum em homens afrodescendentes do que em homens brancos e menos comum em homens asiáticos.
Mutações genéticas
Algumas mutações genéticas podem aumentar o risco de desenvolver cancro da próstata; por exemplo, uma mutação no gene BRCA2 pode aumentar o risco em até 5 vezes e mutações no BRCA1 também estão associadas a um maior risco. Homens que possuem alterações noutros genes que normalmente corrigem erros no DNA, como MLH1 e MSH2, também têm uma maior probabilidade de desenvolver cancro da próstata.
Níveis hormonais
Um elevado nível de fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) está associado a um maior risco de cancro da próstata.
Como é feito o diagnóstico do cancro da próstata?
O diagnóstico é feito através dos resultados dos seguintes exames e testes:
Análise sanguínea do PSA
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O PSA, ou antigénio específico da próstata, é uma molécula produzida pelas células da próstata que pode ser identificada em análises sanguíneas. A análise dos níveis de PSA no sangue é uma das mais importantes ferramentas para o diagnóstico e monitorização do cancro da próstata. No entanto, é importante entender que níveis elevados de PSA também podem ter causas não cancerígenas (como no caso das infeções prostáticas e da hiperplasia benigna da próstata), pelo que um teste de PSA por si só não permite diagnosticar o cancro da próstata.
Toque retal
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Pelo facto de a maioria dos cancros da próstata nas fases inicias não ter quaisquer sintomas, e tendo em conta a localização da próstata (à frente do reto), a realização de toque retal (exame clínico efetuado através da introdução de um dedo enluvado através do ânus para palpar a glândula prostática e identificar quaisquer anormalidades) assume um especial relevo no diagnóstico desta doença.
Exames de imagem
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Com base nos resultados do toque retal e análise do PSA, o médico pode recomendar uma ressonância magnética multiparamétrica, que pode mostrar anormalidades na glândula prostática e ajudar o médico a decidir se é necessária a realização de uma biópsia e qual o local exato onde a mesma deve ser feita.
Biópsia
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A biópsia prostática transperineal é atualmente a técnica recomendada para diagnosticar o cancro da próstata. O procedimento pode ser feito sob anestesia geral, ou anestesia local injetada no períneo (a pele atrás dos testículos), para tornar o procedimento o mais confortável possível. Uma pequena sonda de ultrassom é inserida no reto e produz ondas sonoras para criar uma imagem clara da glândula da próstata. Uma agulha fina é então inserida na glândula da próstata através do períneo e usada para recolher amostras de tecido.
Em alguns casos, pode ser feita uma biópsia transretal guiada por ultrassom, na qual a agulha é inserida na próstata através do reto.
A biópsia à próstata é feita para confirmar a presença de cancro da próstata.
Rastreio
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Quando detetado em fases precoces, o cancro da próstata tem uma boa probabilidade de cura. No entanto, como o cancro da próstata não apresenta quaisquer sintomas nas fases iniciais, é importante que sejam instituídas estratégias de deteção precoce ou rastreio. Neste contexto, está recomendada a realização de exames periódicos a partir dos 50 anos, ou a partir dos 45 anos quando existe história familiar. O aparecimento de sintomas, normalmente nas fases avançadas, também deve motivar a observação por um médico especializado, para o sucesso do tratamento, que deverá ser realizado o mais precocemente possível.